terça-feira, 28 de agosto de 2012


Biotecnologia, a nova arma contra o câncer.
Os medicamentos biotecnológicos avançam na descoberta de tratamentos para a doença e viram uma obsessão para as farmacêuticas

São Paulo - Avastin, Humira, Rituxan, Enbrel, Lantus, Herceptin e Remicade. Esses são os nomes de sete medicamentos que até 2014 devem estar no ranking dos dez maiores do mundo em termos de receita, segundo a EvaluatePharma, uma das principais consultorias do setor.] Todos são fruto de uma frente de pesquisas promissora, a biotecnologia. Em vez de componentes químicos, a técnica usa células e outros organismos vivos para tratar doenças. Em 2000, havia apenas um biotecnológico na lista das dez drogas que geravam mais receitas para as farmacêuticas.
Hoje eles são cinco — indicados para tratar doenças que vão de artrite a diabetes. Esse crescimento se deu em parte por razões científicas. A evolução da engenharia genética e o mapeamento do genoma humano, concluído em 2003, permitiram aos cientistas desenvolver pesquisas para tratamentos mais eficazes.
Como as substâncias dos biotecnológicos caem na circulação sanguínea e só atacam as células que se combinam com seu antídoto, esses remédios causam menos efeitos colaterais e são considerados ideais para pacientes com  tumores. Nesse sentido, diferem de tratamentos como a quimioterapia, que combate qualquer célula que se reproduza rapidamente, mesmo saudável.
Na lista das drogas que mais faturam hoje, duas são biotecnológicas indicadas para o tratamento de câncer — número que deve crescer nos próximos anos. 
O interesse dos laboratórios pelos remédios feitos de células e organismos vivos tem também uma razão mercadológica. Recentemente, as patentes de alguns dos mais lucrativos medicamentos químicos começaram a expirar.
A fórmula do Lipitor, indicado para o tratamento do colesterol e, até o ano passado, detentor do título de remédio com maior faturamento do mundo, passou a ser compartilhada com os fabricantes de genéricos em março de 2010. Neste ano, o mesmo vai acontecer com outros 12 remédios de Roche, Novartis e outras companhias, que terão perda anual de 27 bilhões de dólares de receita até 2015.
“As corporações estão investindo em biotecnologia numa tentativa de recuperar uma parcela das fontes de receita perdidas”, diz Michael Rosen, vice-presidente do ForestCity, grupo que controla o parque tecnológico do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Para os grandes laboratórios, as pesquisas em biotecnologia representam um vasto campo a ser explorado — uma realidade diferente das investigações com drogas químicas, há décadas o foco do setor. 
Luiza Dalmazo,
Fonte:http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1018/noticias/biotecnologia-a-nova-arma-contra-o-cancer

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